segunda-feira, 25 de julho de 2011

Estátua? Eu?

Quando eu era criança adorava brincar de estátua! Lembram dessa brincadeira? A gente coloca uma música, dança, fica de olho no encarregado do som para saber quando ele vai parar a música para que a gente possa fazer uma pose confortável para ficar paradinha, o mais ESTÁTUA possível! Só que o Dj pega a gente de surpresa e a gente fica naquelas posições desconfortáveis e acaba se mexendo sem querer, para tentar se acomodar! Não sei vocês, mas quando eu me pegava parada numa pôse desconfortável, eu tentava me mexer devagarzinho sem que ninguém visse para me acomodar! Mas eu sempre era pega! Ahahaha, e quem não era? Nesse jogo vencia quem ficasse parada por mais tempo!
Bom, o assunto aqui do post de hoje é bem parecido mas só que neste caso, quem ficar “Estátua” por mais tempo, perde o jogo. E o jogo, não é de brincadeira, embora muitos pareçam estar encarando assim.
Quero me referir aqui ao jogo de Estátua da vida. Quantos de nós não já escutamos amigos, colegas, familiares, professores, sem falar nos namorados e namoradas. Todos dizendo em coro: “Eu sou assim! Se quiser que me aguente!” É uma fala simples, corriqueira e que muita gente se aproveita dela para encerrar uma discussão, ou colocar uma pessoa numa saia justa. Proponho pensar aqui sobre esta frase e nas implicações dela.
Primeiro de tudo, a pessoa que diz isso frequentemente está dizendo que é assim, sempre foi e que não mudará. É tipicamente a pessoa que não quer olhar para um incômodo que está sendo causado numa relação e sai com uma frase dessas tentando justificar aquilo que não precisa de justificativas, mas sim de atitudes. O que essa pessoa realmente quer dizer com esta frase é que ela é assim e que ela não quer mudar, isso sim! Ela até pode reconhecer o incômodo que está sendo causado, mas ela está dizendo claramente que não quer fazer nada a respeito dele.
Sabe por quê eu me admiro muito com as pessoas que dizem isso? Porque nós somos criadores de um mundo onde os produtos se renovam com o cair da noite, e quem não acompanha vai à falência! Não dá pra imaginar uma empresa ter parado na era do celular tijolão querendo que o consumidor aceite e se agrade de um produto que foi ultrapassado à anos luz. Como será que a gente tem tamanha capacidade para criar e inovar em produtos enquanto que a gente resiste em mumificar a nossa personalidade, o nosso comportamento, os nossos princípios?
Então, se você é assim, sugiro que você vá viver num museu e deixe de martirizar os outros com seus tantos paradoxos. É melhor assumir que tem dificuldades para mudar e procurar ajuda. É mais íntegro pedir ajuda ao colega, ao cônjuge dizendo que você não é perfeito e que não sabe o que fazer. Se você não fizer isso, o encarregado da música da vida irá dar um jeito de fazer você se mexer por ter ficado numa posição estática incômoda, desconfortável, inadaptada e talvez até patológica.
E no jogo da vida, vence quem consegue se adaptar às situações diversas, às pessoas múltiplas, às dificuldades extremas e às exigências inesperadas. A gente precisa se mexer e se adaptar conforme a música continua a tocar!

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