sexta-feira, 20 de maio de 2011

Alternativas para a Obesidade: Dieta ou Cirurgia?

Gostaria de compartilhar com vocês a história de uma grande amiga que estava passando por um problema de saúde: o sobrepeso. Este problema tem acometido muitos, e as alternativas para “se curar” também são das mais variadas, como, dietas, remédios, massagens, regimes da sopa, até o método mais extremo: a cirurgia bariátrica. Aqui no Brasi,l ela tem se popularizado com uma rapidez tamanha, e é possível ver pessoas que não se encontram nas indicações para a cirurgia tendo-a como a opção mais viável. Não sou contra a cirurgia, porém concordo com a Medicina quando diz que ela deve ser restrita, sendo indicada para casos de pessoas com obesidade mórbida, o que implica em outros danos à saúde além do acúmulo de peso, como: hipertensão arterial, diabete, apnéia do sono, artropatia, dentre outras.
Contudo, o que se observa é uma gama enorme de pessoas optando pela cirurgia como se ela fosse um procedimento estético. É lamentável que equipes médicas se submetam ao desejo do paciente em detrimento da ética. Lamento ainda mais as “perdas” associadas ao procedimento cirúrgico, pois são poucos os casos de pós-operatórios que não aderem a outros problemas de saúde.
Fazer dieta e perder peso não é fácil, e quase todo mundo não só sabe disso, mas já experimentou essa sensação. Para os mais novos, a coisa parece ser mais fácil, mas precisa-se do menor dos esforços, mesmo para eles. Contudo, uma dieta bem elaborada e bem seguida associada a exercícios físicos desenvolve características na personalidade que vão exercer papel importantíssimo para além da luta contra o peso. Isso é muito pouco observável em pessoas que passaram pelo procedimento cirúrgico. Portanto, seria interessante ler o exemplo e o comprometimento dessa colega:
“Eu sempre fui vista por todos como uma ‘Menina Grande’. Hoje, aos 25, eu meço 1,80. Quando estava crescendo, eu sempre era a maior da turma, tanto em altura como em peso. Na verdade, eu achava que eu nunca pararia de crescer e sentia como se houvesse um adesivo permanente na minha testa dizendo: ‘Menina Grande’. Mesmo no Ensino Médio, eu justificava o que eu queria comer e a quantidade por eu ser uma garota grande, e assim sendo, é isso que garotas grandes fazem.
Quando eu terminei o colégio em 2003, eu vestia tamanho 48 e tinha muito orgulho, já que eu era uma garota de 1,80, sendo permitido ser gordinha por causa disso.
Aqui nos EUA, o primeiro ano da faculdade é conhecido como ‘calouro 7’, fazendo referência aos 7 quilos que você engorda no primeiro ano da faculdade devido ao estresse e à comida do dormitório. Contudo, eu levei a sério essa frase boba e engordei, não 7, mas 10 quilos. E no ano seguinte, mais 10, no seguinte, outros 10, e no posterior 10 também. Quando eu voltei para a minha cidade natal depois de ter me graduado e começado o meu primeiro trabalho na área, eu vestia 56. Eu tive muita dificuldade para encontrar roupas para a minha entrevista na Sociedade Americana de Cancer, onde eu trabalho atualmente. E ainda pro meu desgosto, nos dois anos seguintes, eu continuei a ganhar peso.
O ápice do meu peso foi em Setembro de 2009, quando minha chefe me deu uma foto da nossa equipe do Apoie a Vida. Eu percebi o quanto meu rosto era gordinho. Nas fotos de grupo, eu sempre me escondo por trás do outros para não mostrar a minha forma redonda, mas dessa vez alguém, de alguma forma, me empurrou para a frente do grupo pois eu sou a líder. E Meu Deus!!!!
Quando a minha chefe me deu aquela foto eu me senti MUITO envergonhada da minha aparência; e ainda com medo que alguém pudesse me julgar por aparentar tão ruim. Então eu cheguei á conclusão que essa era minha aparência o tempo todo. Todo mundo me via daquela forma o tempo todo, mas eu me recusava a me olhar no espelho, então eu não podia fazer idéia disso. Então eu decidi que bastava! Minha chefe me deu aquela foto e em menos de uma semana, no dia 17 de setembro de 2009 eu me inscrevi no Vigilantes do Peso.
Eu gostaria de ter coragem de compatilhar com vocês o meu peso inicial, mas ainda não tenho. Talvez um dia, quando eu alcançar a minha meta, eu compartilhe. Eu não estava preparada psicologicamente para o que significava começar uma dieta, mas eu sabia que se eu não fizesse nada para mudar meu estilo de vida, eu estaria correndo sérios riscos.
Eu me impulsionei para realmente aderir ao programa e seguir as regras ao invés de criar desculpas preguiçosas. Eu tentei escutar uma voz fraquinha no meu coração me encourajando a ser ativa e a comer corretamente. Eu chamei essa voz fraquinha de ‘Minha Olivia Palito Interior’. Para mim, é fácil fazer piadas, dizer que ‘Minha Magali Exterior’ comeu a ‘Minha Olivia Palito Interior’, mas a verdade é que eu queria me amar o suficiente  para ser saudável – e isso significava que eu precisava que a ‘Minha Olivia Palito Interior’ dominasse. Eu me deixei sair dessa auto-depreciação, de menina grande e preguiçosa para a bela ruiva com missão de vida saudável.
Eu fiz exercícios de aeróbica na água, e depois zumba, em seguida, investi em um grupo de treino. Eu fiz elíptico por 10 minutos e não morri. Eu me deixei celebrar pelas pequenas vitórias que eu sabia que me ajudariam passo a passo para a saúde, ao invés de me julgar por não ter perdido as calorias que eu gostaria de ter perdido.
No dia 17 de Maio de 2011 eu perdi oficialmente 40 quilos desde que me associei ao Vigilantes do Peso. Eu iniciei uma nova função na Sociedade Americana do Cancer em outubro e não me dediquei como eu deveria no meu programa de perda de peso, mas quando esta estação aperreada terminar ao final do mês, eu me comprometo com TODOS vocês leitores de retornar ao programa com 100% de dedicação.
Meu conselho para qualquer pessoa lendo minha história e que gostaria de um conselho, eu diria: ame-se. Quer você seja gorda, magra, alta, baixa: respeite-se. Nós somos nossos maiores críticos e para mim, basta! Eu costumava brincar com meu peso, com minha preguiça e com minha incapacidade de dizer não para a pizza do DeLuca´s. Eu era a minha pior crítica e frescava sobre mim mesma o tempo todo. É claro que é bom ter um senso de humor em algumas situações, mas não se deve ter vergonha de se amar o suficiente para batalhar por si mesma!”
Espero que este exemplo tenha inspirado vocês a pensar nos ganhos primários, secundários, terciários, enfim, múltiplos de uma perda de peso não-invasiva. Uma cirurgia bariátrica é uma alternativa que pode despotencialiar o sujeito ainda mais, mesmo que ele se sinta maravilhoso. A força motriz dessa mudança não foi ele, mas sim o médico, e  a única coisa que ele precisa fazer é aderir forçosamente ao programa de reestruturação da alimentação. É óbvio que isso passa pelas instâncias da personalidade, sendo por isso que tantos transtornos de impulsos (compulsão por compras, bebidas, jogos) são desenvolvidos posterior a esse programa de emagrecimento.
Reflita sobre isso: O caminho mais rápido para alcançar saúde nem sempre é o mais saudável!!!

P.S.: Neste blog, já falamos sobre esse o problema da fome como sendo de ordem psicológica. Acesse o post: Fome física x Fome emocional.

Nenhum comentário:

Postar um comentário